Especial Zoo: Queda de temperatura altera a rotina da jiboia do Parque Ecológico

21/04/2017

O plantel do zoológico do Parque Ecológico Cidade da Criança conta com diversas espécies de animais silvestres e exóticos, a mudança na temperatura altera a rotina de cada um, mas a jiboia (Boa constrictor) em especial, recebe cuidados redobrados com a chegada do período mais frio do ano.

 

A queda de temperatura influencia diretamente no comportamento da serpente que é um animal ectotérmico, ou seja, não regula a temperatura corporal. “Ela depende do ambiente externo para elevar ou diminuir a temperatura corporal, no frio uma lâmpada fica acesa no recinto para ajudar a aquecê-la”, explica a bióloga Isabela Alves de Lima.

 

No período mais frio do ano ver a jiboia em exposição se torna mais difícil, isso acontece porque o animal é retirado do recinto e levado ao Hospital Veterinário do parque onde pode ficar aquecida mais facilmente, além da bióloga e dos tratadores o animal fica sob os cuidados da médica veterinária Érica Silva Pellosi.

 

A jiboia macho está no parque há 10 anos e mede aproximadamente 2,30 m, o animal pode chegar a 5 metros de comprimento, mas normalmente atinge entre 2,5 a 3,5 metros. “As jiboias trocam de pele de acordo com o crescimento, as mais jovens realizam a troca praticamente uma vez por mês, enquanto que as mais velhas apenas algumas vezes ao ano, a jiboia macho do plantel trocou de pele quatro vezes no ano passado”, revela a bióloga.

 

O clima frio altera também a alimentação da serpente, o metabolismo do animal cai, por isso opta por não comer para evitar gastar energia com a digestão da presa. Jiboias mais jovem se alimentam em média de 7 em 7 dias, animais mais velhos, uma vez a cada 15 dias. “Quando estão bem grandes se alimentam em um intervalo de até 25 dias se for uma presa grande como um coelho, podendo ficar meses sem comer dependendo da temperatura ambiente”, acrescenta Lima.

 

De acordo com a bióloga as jiboias são serpentes constritoras não peçonhentas, “elas matam por constrição, ou seja, por esmagamento ou sufocamento, a presa não consegue mais respirar e depois é engolida começando pela cabeça”. Estes animais são calmos e preferem refúgios quietos longe da visão de humanos, após se alimentarem ficam parados por dias para fazer a digestão.

 

Podem ser encontradas na América Central e América do Sul, as espécies de jiboia do Brasil matam apenas animais de pequeno porte e preferem se esconder de grandes seres vivos, “porém quando se sentem ameaças ou acuadas são capazes de machucar ou ferir com mordidas”, revela a bióloga.

 

A boca dessa serpente é altamente dilatável, possui dentição áglifa (onde há ausência de dentes mais longos e não pode inocular veneno). “A mordida da jiboia em si não é o pior, mas sim as bactérias naturalmente presentes na boca do animal que podem causar inflamações, por isso é importante lavar muito bem o local do ferimento”, ressalta.

 

A jiboia

A serpente Boa constrictor pode chegar a pesar até 50 kg, a coloração varia de espécie para espécie e de subespécie para subespécie. Existem duas subespécies brasileiras: Boa constrictor constrictor onde a coloração da cauda pode variar do vermelho-alaranjado ao vermelho vivo e a Boa constrictor amarali que possui uma coloração mais escura puxada para o cinza. São animais de hábitos noturnos, na maioria das vezes a jiboia não é agressiva, prefere se refugiar e se esconder na presença de outros seres vivos, atacando apenas quando ameaçada.

 

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