Cozinha do zoológico serve cardápio nutricional equilibrado para animais

31/03/2017

Semanalmente o hospital veterinário prepara aproximadamente 5 toneladas de alimento para os 198 indivíduos silvestres, sem contar os animais domésticos, que vivem no zoológico do Parque Ecológico Cidade da Criança.

 

A alimentação dos animais segue um cardápio nutricional equilibrado, os alimentos são selecionados, preparados e servidos em bandejas pelos tratadores, supervisionados pelos técnicos do Parque Ecológico.

 

O tratador concursado Eduardo Arcílio Julio Caldeira conta que antes de chegar aos coxos todos os legumes, as frutas e verduras são selecionadas. “Tudo é lavado e colocado no freezer para aumentar a conservação e matar germes e bactérias”.

 

Por semana, para exemplificar alguns itens, os animais consomem 70 kg de carne, 100 kg de laranja, 200 kg de mamão formosa, 240 kg de banana nanica, 150 kg de cenoura, 3 dúzias de ovos de codorna e 20 maços de acelga.

 

Os tratadores, responsáveis pelos setores internos (cozinha e biotério), mantêm os locais limpos e esterilizados. “Todos os dias nós lavamos o chão, as paredes e as bandejas com cloro, além disso, vestimos touca e luvas para não contaminar os alimentos”, explica o tratador concursado Carlos Renan Ribeiro da Silva.

 

O bugio ‘Remi’, por exemplo, recebe uma bandeja especial. “Como ele não gosta da gema do ovo, após cozido eu coloco apenas a clara, já as bananas vão inteiras e com casca porque ele gosta de descascar, além disso, ele come flores de hibisco colhidas aqui no parque, maça, melancia, goiaba, milho verde e beterraba”, detalha a tratadora concursada Gerlane Aparecida Silva.

 

O biotério, onde são criados camundongos e porquinhos-da-índia que servem como alimento para os animais carnívoros, como jiboia e gaviões, também recebe atenção especial.

 

A grande maioria dos zoológicos possuem biotérios para criar animais que servirão exclusivamente como alimento para o plantel. “Uma vez por semana oferecemos uma presa viva para os carnívoros como um meio de estimular o instinto de caça dos predadores”, explica a bióloga concursada Isabela Alves de Lima.

 

“Os animais do zoológico não conseguem mais sobreviver na natureza, eles dependem do nosso tratamento, por um motivo ou por outro eles foram enviados para o Parque Ecológico onde encontram condições de viverem protegidos”, explica o tratador concursado Dário das Dores Agostinho.

 

Organização e sintonia

A equipe segue um cronograma para preparar todas as bandejas que serão levadas aos animais pela equipe de tratadores responsável pelos recintos. “A equipe da cozinha prepara a alimentação, organiza em caixotes para a distribuição enquanto que a equipe externa leva o alimento e entrega para os animais”, conta Gerlane.

 

A maioria dos animais, tanto de grande quanto de pequeno porte, também é servida com rações especificas para cada espécie. Os tratadores que realizam o atendimento nos recintos colocam a ração nos coxos para complementar a dieta do plantel. Além disso, os cervos, o hipopótamo e os carneiros recebem todos os dias pela manhã capim.

 

São 240 kg de ração para equinos, 180 kg de ração para coelhos, 300 kg de feno tifton, 200 kg de ração de bezerro e 10 kg de ração para primatas, sem mencionar a ração para cada espécie de ave, peixes, ovinos, cachorros-do-mato e para o gato mourisco.

 

Os alimentos são lavados e cortados em pedaços adequados ao tamanho do bico ou boca dos animais, e também de acordo com o tamanho das patas e a garras dos indivíduos. “A dieta é desenvolvida para suprir as necessidades dos animais e para instiga-los a mastigar, triturar e algumas vezes a caçar”, detalha a bióloga concursada Isabela Alves de Lima.

 

“Periodicamente são realizados estímulos sensoriais e alimentares para deixar o animal mais ativo, essa técnica conhecida como enriquecimento ambiental ajuda a mudar a rotina dos moradores do zoológico e instigam hábitos próximos aos naturais”, acrescenta a bióloga.

 

As técnicas de enriquecimento ambiental sensorial e alimentar consistem em colocar o alimento, normalmente entregue em bandejas, em lugares inusitados, escondidos, por exemplo, ou dentro de objetos como caixas e brinquedos de plástico. “Assim os animais são estimulados a farejar e a buscar o próprio alimento”, finaliza Lima.

 

Mudança da estação

Com a queda das temperaturas o cardápio dos animais passa por algumas mudanças. São adicionadas à dieta amendoim, cocô e milho, por exemplo, que são alimentos mais energéticos.

 

Todos os dias o plantel do zoológico recebe no mínimo quatro variedades de frutas, além de legumes e verduras. “O hipopótamo e os cervos, para citar alguns, ainda comem capim”, acrescenta a veterinária concursada Érica Silva Pellosi.

 

Os animais que estão em tratamento ficam na ‘quarentena’, o setor fica separado dos recintos em exposição para oferecer atendimento individual. “É possível introduzir no meio da alimentação, de preferência aquilo que o animal mais gosta de comer, medicamentos e suplementos vitamínicos”, pontua a veterinária.

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