Cozinha do Hospital Veterinário oferece aos animais do zoológico mais de 5,6 toneladas de alimentos por mês

23/06/2019

A rotina da cozinha do Hospital Veterinário da Cidade da Criança é intensa desde as oito da manhã, quando as bandejas com rações são montadas e enviadas aos animais do zoológico. Ao longo da tarde os quelônios, aves, carnívoros, hipopótamo e cervos recebem os alimentos úmidos.

 

O setor responsável pela alimentação dos animais é comandado pela zootecnista Glenda Rosa Siqueira Santos, o trabalho da profissional de zootecnia no zoológico consiste em elaborar dietas específicas para cada animal.

 

“É essencial levar sempre em consideração o clima, como o animal está de saúde, qual a origem dele, para que o cardápio seja adequado às necessidades de cada individuo. O trabalho da zootecnia está atrelado ao setor de biologia e veterinária, e em conjunto com os tratadores”, explica.

 

Semelhante a qualquer cozinha de restaurante, desde a limpeza, seleção de alimentos, preparo, apresentação dos ‘pratos’ e entrega no tempo prometido, a cozinha do Hospital Veterinário preza pela qualidade de tudo o que é oferecido.

 

O tratador Nilton Souza é formado em gastronomia e conta que o mesmo carinho usado no preparo de um prato para uma pessoa ele emprega no trato dos animais. “Quando eu entro no meu setor de trabalho eu me arrepio, porque eu gosto do que eu faço, meu objetivo diário é ofertar a melhor refeição possível, para mim não há diferença se cozinho para uma pessoa ou animal”.

 

Antes do preparo, os alimentos são higienizados pelos tratadores com solução de hipoclorido de sódio, assim como os utensílios. “Eu gosto de deixar o serviço adiantado, por isso faço a higienização dos alimentos, organizo as caixas na sala de armazenamento e ajudo no que for necessário”, revela o tratador Eduardo Arcílio Julio Caldeira, que atua na cozinha há três anos.

 

Todos os funcionários da cozinha utilizam luva de procedimentos cirúrgicos, touca descartável e botas de PVC impermeável, para garantir que não haja contaminação dos alimentos. A cozinha e salas de armazenamento dos alimentos são higienizadas diariamente.

 

Duas vezes por semana o Hospital Veterinário recebe melancia, uva, tomate, mamão, melão, abóbora, beterraba, cenoura, pepino, banana, laranja, pera, entre tantas outras frutas e leguminosas, além de folhas, ovos, rações, sementes, mel, capim, carnes vermelhas e brancas.

 

Após a seleção e higienização dos alimentos, tudo é refrigerado. “Por mês utilizamos aproximadamente 5.600 kg de hortifrutigranjeiros, diariamente selecionamos os alimentos para que sejam separados os verdes, maduros e os que irão para descarte”, explica a zootecnista.

 

O preparo das bandejas também segue um rigoroso padrão de corte e de quantidade, as carnes e rações são pesadas para que o animal não coma mais ou menos do que o ideal. “Os cortes das frutas são de acordo com o tamanho e formato do bico das aves, para que facilite a pega. Os animais carnívoros recebem, por enquanto, uma vez na semana, presa viva”, acrescenta Glenda.

 

As presas vivas, oferecidas aos carnívoros como os gaviões, são mantidas no biotério do zoológico, uma área do Hospital Veterinário equipada para manter e reproduzir animais que fazem parte da dieta dos animais. “Os ratos criados no biotério são seres vivos, portanto necessitam de cuidados e alimentação balanceada”, finaliza.

 

Quarentena

O nome ‘Quarentena’ costuma assustar alguns visitantes que passam pelo zoológico e, por vezes, não encontram um animal no recinto, pois foi levado para este setor do Hospital do Veterinário. Porém, a Quarentena é responsável por manter os animais que necessitam de observação constante da equipe técnica, seja veterinária, zootecnia ou da biologia.

 

Além disso, o hospital veterinário da Cidade da Criança recebe animais provenientes de apreensões, vitimas de tráfico e de acidentes em rodovias, que necessitam de um local para receber atendimento emergencial antes de retornar para vida livre, ou se necessitarem ficar em zoológicos, pois não sobreviveriam na natureza.

 

“Esta semana recebemos um tamanduá-bandeira, e que por ser um animal de vida livre, é mais difícil habituá-lo a ingerir o sucedâneo, que é uma alimentação líquida com todos os nutrientes necessários para este animal. Devido este fato, trouxemos um cupinzeiro para o recinto, que é a alimentação natural desta espécie. Este animal está em tratamento, e quando estiver reabilitado, provavelmente será devolvido a natureza”, pontua a zootecnista Glenda.

 

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